Haruki Murakami – 1Q84
Projeto Um livro Sempre
Murakami é um dos autores dos que posso dizer que li tudo. Todos os romances, todos os contos e até o livro que ele fala sobre corrida. Então quando soube há dois anos atrás que o seu próximo livro já saÃra no Japão, mas que levaria dois anos para chegar aos Estados Unidos, na primeira tradução para uma lÃngua acessÃvel, preparei-me para o chá de cadeira e marquei na Amazon para eles avisarem...
Bem, avisaram, comprei e o livro chegou, e fui para as férias esperando achar O livro, tamanha a repercussão mundial do dito cujo. Infelizmente não foi bem isso, como costuma ocorrer com aquilo que tem uma repercussão tão massiva assim. Mas vale discutir sobre o livro e a experiência da leitura.
Murakami sempre cria um universo ficcional surrealista. Cada um de seus romances é uma viagem meio louca, às vezes muito interessante, outras meio boba, mas sempre imersa em algum momento na fantasia. Elementos fantásticos por vezes absurdos, outras desnecessários e algumas vezes fundamentais para a narrativa. Neste 1Q84, um mundo paralelo é o palco para uma história de amor. E para uma história de crime. E para uma história de violência. E, como sempre ocorre com livros bem escritos, uma história que contem muitas histórias que se entrecruzam, numa narrativa muito bem estruturada, que nos prende a atenção e que vai gradualmente desvelando o que ocorreu, o que ocorre e o que necessitará ocorrer.
Não vou entrar nos detalhes, porque qualquer um pode imaginar que com 900 páginas o que não há de faltar são detalhes, histórias paralelas que adensam a história principal e criam sentidos a esta, cenas e situações variadas etc etc etc.
Mas cheguei ao final do livro, por isso resolvi postar este comentário, e percebi que Murakami constrói esta história, criando uma expectativa que chegaremos a algum ponto muito bacana, revelador, instigante sobre o história, sobre o escrever, sobre a humanidade, sobre o amor, sobre qualquer tema que valha a pena.
Infelizmente, é um edifÃcio lindo e instigante, mas olhando do lado de lá, depois de entrar e percorrê-lo, cheguei à conclusão que era só aquilo, e não havia sentidos, instigações ou aberturas. O livro se fechara sobre si mesmo e se eu desejava (porque sempre desejo isso nos livros, filmes ou qualquer outra experiência) uma abertura, uma pergunta, um desdobramento, um para quê, teria de contentar-me com um nada, infelizmente.
Então, para os que lêem inglês o livro já está disponÃvel, neste ano sai a versão brasileira do livro, que cada um possa ver se encontra algo no fim do arco Ãris...
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